Eu quero este aqui - diz Adolfinho apontando para uma grossa armação meio marrom. Sua mãe notou durante um jogo de futebol que ele estava com dificuldade para ler o nome dos jogadores. Em algumas ocasiões o viu acenando para uma lixeira. Isso e o fato de que todos em sua família eram míopes o levaram ao oftalmologista e de lá para a fatídica ótica. Ela só não contava com o alto nível de nerdnalina no sangue de Adolfinho. Uma grossa armacão não era exatamente o que ele precisava, gordinho e com dificuldades para relacionar-se. Mas ela havia dito que a escolha era dele e foi assim que Adolfinho ganhou seu escudo refrator.
Blog com poesias, textos e pequenas peças, além de fotografias e figuras realizadas ou trabalhadas pelo autor.
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Quase epitáfio ao meu pé esquerdo
Recupera-se bem, delicada cicatriz
Aproveito então o ensejo
Escrevo, então, esta epopéia ardis
Não tinha nada com o assunto
Quem começou tudo foi o estômago
Por você tanto fazia, fritas ou presunto
Acabou, sem querer, sendo o âmago
Ah estômago, estômago, órgão vil
Inventou de querer uma salada
E seu preparo o cérebro distraiu
Enquanto você o corpo apoiava
A batata picada e o óleo posto a ferver
Bem que os nutricionistas e obesos falam:
"Da gordura não se deve esquecer"
Grandes chamas acima da panela faíscavam
O cérebro logo abafou tentando resolver
Não adiantou, buscou então o extintor
Preocupado o acionou sem ler
"Jogou água na fervura" o pensador
A gordura logo voou e o fogo subiu
Acertou você em cheio (e bem no meio)
Lá de cima o estômago a tudo viu
Escapou ileso querendo pão de centeio
Hoje está quase bem, já recuperado
Do alto de seu puff planeja sua desforra
Feijoada, torresmo e laranja do lado
Aliados para que tudo perfeito ocorra
Quando o estômago estiver bem ocupado
Seus amigos (visto que não é um pé de bailarina)
Darão um chute na boca do estômago transviado
O deixando desdentado e sem nem uma aspirina
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