domingo, 28 de novembro de 2010

Massinha

Quando criança ganhei um "Brincando de dentista", que vinha com  tubos de massinha, moldes para fazer os dentes, instrumentos odontológicos e uma cabeça que servia como o paciente. Alguns dos formatos de dentes eram com lesões e cáries, mas eu nunca fazia dentes com alterações. Não gostava de misturar as diferentes cores de massinha porque depois não conseguiria separá-las. Então meu "paciente" sempre tinha dentes brancos como a bunda de um finlandês com agorafobia e a brincadeira era pouco divertida. Hoje tenho misturado minhas massinhas mas ainda passo mais tempo separando as cores do que brincando de dentista.

sábado, 27 de novembro de 2010

Porta de entrada

Primeiro foi um velho freezer. Ele chegou conosco e lá se instalou, confortavelmente como se estivesse na cozinha. Com sua cor de caramelo e suas beiradas enferrujadas, só congelava do lado direito e sua ida para nossa casa tinha sido apenas mais um de uma lista de intermináveis erros. Reinou soberano do alto de seu trono durante anos até o dia em que, talvez por uma queda de energia, nos descongelamos e o depusemos. Acreditei que não mais seríamos sobrepujados pela força de bens de consumo duráveis mas estava enganado. Mal o freezer foi deposto, um novo soberano assumiu. Dessa vez um fogão, também com a cor caramelo e seus bocais entupidos. Seu reinado foi mais curto, deixando a esperança de um amadurecimento maior dos moradores. Mas ainda estamos por descobrir algo que a história goste mais do que repetir-se. Particularmente acredito que aconteça pelo mesmo motivo de que os átomos são esféricos, assim como as micelas de gordura ,  as células, os planetas (ok, nem tudo é perfeitamente esférico mas ainda sim acho que é uma idéia válida). Pode haver em seu corpo um átomo de carbono que esteve em um mastodonte. Assim, agora temos uma bicicleta, montada com peças de 4 bicicletas (quadro original, banco de uma segunda, rodas de uma terceira e guidon de uma quarta - qualquer semelhança com algum romance de Mary Shelley é mera coincidência). Resta saber quanto tempo ela terá e para onde irá nos levar.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Cine Brasil - Em cartaz: Artigo 157 ou "Entre aspas"

É sempre assim e eu não sei porque me surpreendo quando acontece. Aos 43 minutos do segundo tempo um pênalti cai do céu no colo de um Corinthians acuado pela melhor equipe do Cruzeiro. E aconteceu em cima do "Fenômeno", que realizou a cobrança e marcou o gol que colocaria o "Timão" na liderança do campenato a 3 rodadas do fim, mostrando toda a importância e valor que o jogador ainda tem. Alguns mais afoitos logo dirão que Ronaldo e Roberto Carlos devem voltar a seleção, mas estou fugindo um pouco do que quero falar. Já dizem que o zagueiro atropelou o Ronaldo, que o pênalti em cima do Tiago Ribeiro é duvidoso e que a arbitragem erra igualmente para os dois lados. Todos tem direito a sua opinião. A minha vem com cheiro de coisa velha, já acontecida, abafada por muito tempo na esperança/crença de que havia no futebol brasileiro transparência. Não há. As viradas de mesa já não acontecem abertamente fora dos campos, de forma escandalosa, impedindo a queda ou trazendo de volta "os times grandes". Ou dando títulos a times que não os mereceram dentro de campo. Fluminense(induscutívelmente o que mais se beneficiou deste arranjo), Grêmio, Flamengo, Vasco, Corinthians e Atlético mineiro são exemplos de times auxiliados por uma mudança de última hora na regra (vale aqui uma ponderação, estou escrevendo sem ter feito um consulta aos registros ou aos mais experientes, escrevo direto no corpo de "Nova Postagem"do blog baseado apenas no que me lembro agora). Ela acontece nos gramados, na forma  de "interpretação do juiz". Torço para um time de São Paulo mas o benefício que paulistas e cariocas levam em "lances duvidosos" é indiscutível. Um exemplo: o mesmo Corinthians em 2005 quando disputava o título contra o Internacional também teve vários erros de arbitragem a seu favor, inclusive no segundo jogo contra o Inter, no final do segundo turno. São lances de "interpretação" que acabam por definir o campeonato, geralmente a favor dos times do eixo rio-sp, assim como neste último sábado. Ainda tem o atleticano que acha bom  o assalto  ao time do Cuzeiro e esquece que já foi/será vítima em situções semelhantes. E o pior: o que os "grandes"de fora do eixo sofrem no campeonato nacional é por eles infligido aos "pequenos" que com eles disputam os estaduais. Sou muito grato ao fato de minha profissão nada ter a ver com o futebol, assim "somente" meu espírito esportivo e senso de justiça são afetados no final do campeonato. O duro é que o que acontece no futebol é apenas uma encenação do que ocorre diariamente no país.

domingo, 14 de novembro de 2010

14/11/10

"Gostar é provavelmente a melhor forma de ter, 
ter deve ser a pior maneira de gostar." 

Homem que tinha um barco em 
"O conto da ilha desconhecida", 
José Saramago.

A opressão do self

Espero que a Karina não tenha esquecido seu lanchinho Foi preparado com amor e carinho Nesse cotidiano cada vez mais mesquinho É preciso um ...