Tomás recebe a luz do poste
diretamente no rosto. Cortina e janela abertas, ele fechado. Se alguns dias
atrás ele quis multiplicar por menos um, hoje implora por uma multiplicação por
zero. Até avaliar o mercado futuro. Não quer deixar seu conjunto vazio. Aguarda
o tocar do telefone.
Blog com poesias, textos e pequenas peças, além de fotografias e figuras realizadas ou trabalhadas pelo autor.
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
XX/III
O poste apaga e se acende novamente acordando Tomás.
Foram muitas somas, obtenção de dividendos, liquidez. Mas ele ainda se sente
alugado. E a um preço que custará mais do que o estipulado no contrato. Ainda
sonolento e confuso vira para o lado e pensa “Vou investir em algum fundo.”
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
XIX/III
Tomás observa a luz do poste que teima
em penetrar através da cortina na sala, projetando-se púrpura na parede.
Melancolia. O telefone toca e oferece a possibilidade de companhia e sexo.
Ele aceita esperando na verdade multiplicar a equação por menos um. Conscientemente esquece de que este artifício matemático só pode ser aplicado quando a multiplicação
é realizada dos dois lados da igualdade. A conveniência momentânea usualmente
supera a razão, geralmente atropelando a ética, a prudência e o que se interpuser
entre desejo e satisfação. Satisfeito? Não. Cansado.
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Seguir viagem
Entre a correria e as paradas. Entre as dores do corpo e as da alma. Entre muito dinheiro em uma ilha de necessidade. Entre o sofrimento do outro e o próprio. Seguimos em frente. Não por sermos bravos. Não por sermos fortes. Mas por pura falta de opção.
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