segunda-feira, 12 de março de 2012

O que aconteceria comigo se...

...após muitos anos decidisse usar o sistema público de transporte de Belo Horizonte.
   Após a formatura na faculdade comecei a trabalhar, logo estava de carro novo - símbolo da independência na nossa sociedade judaico-cristã-ocidental. Com isso deixei por anos de usar ônibus e o incipiente metrô da cidade para me locomover. Pois por uma dessas distrações da vida, suponhamos que o seguro do meu carro tenha expirado. Sem querer arriscar um bem tão valioso e fruto de trabalho árduo, resolvo ir de ônibus para o trabalho. Pesquiso na internet os horários e trajetos, faz tempo e não tenho tais informações - não gosto de surpresas, nem de chegar atrasado. Tudo anotado, acerto meu despertador e vou para a cama. No dia seguinte, estou no ponto cerca de 5 minutos antes do horário. Existem algumas pessoas, não muitas, é cedo e o bairro  constituído principalmente por famílias que possuem carros. No momento em que meu relógio marca a hora em que coletivo deveria passar sinto até uma leve palpitação, revivendo experiências, sabe como é. Entretanto ele não passa. Agora já são 10 minutos de atraso e o ponto está cheio. Pessoas se perguntam há quanto tempo estão esperando, se era comum haver atrasos, enquanto uma chuva fina começa. Então chega a notícia por um adolescente com uma mochila velha, fones de ouvido e um sorriso no canto da boca: os rodoviários entraram em greve.

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