sábado, 3 de março de 2012

Sobre esquinas e pães de queijo

Era a primeira vez que a mãe de Adolfinho o enviava sozinho até a padaria. Ela precisava de alguns complementos para o lanche da tarde e não poderia sair pois estava "fazendo sala" para a avó do menino. Então ele foi, com uma lista e o dinheiro até a padaria na rua paralela. Sentia-se importante, gente grande. Mas ao passar pela esquina se lembrou de quem era. Havia uma série de ítens lá e dentre eles alguns carrinhos de plástico. Como não havia ninguém por perto ele pegou os carrinhos abandonados, a vela e os fósforos - sábia e instintivamente deixando o frango com farofa e a garrafa de vinho para trás. Comprou o que tinha na lista e voltou. Quando estava livre de suas obrigações foi inaugurar seus carrinhos. Sentiu o cheiro dos pães de queijo que sua mãe tinha colocado no forno. E quando ela o foi chamar estranhou os brinquedos nunca vistos. E ao saber da procedência dos novos itens convocou todos a se juntarem em uma oração pela alma dos pães de queijo acesos com os fósforos do "trabalho" da esquina.

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