Querida filha,
Já faz algum tempo que penso em você. Todos os dias. Acreditava, até pouco tempo atrás, no fim próximo da minha contagem regressiva para te encontrar. Mas alguns obstáculos me fizeram tomar um percurso com mais meandros, uma caminhada mais lenta. Uma trilha que me distancia de você, ao menos por enquanto. Bem, as coisas são assim. Só depois de perder a gente percebe que a vida é um jogo que não acaba em empate. Há os desgastes da prorrogação e, se necessário, cobrança de pênaltis até que surja um vencedor(?). De qualquer maneira, não se preocupe. Em algum tempo nos veremos, tenha calma. E com a caixa deste jogo nas mãos escreveremos as regras para que não nos distanciemos mais.
Um beijo de seu futuro pai,
Belo Horizonte, 25 de abril de 2010.